7 de março de 2015

'Câmera woman' ganha espaço atrás das câmeras na PB, em área dominada por homens.

Dia Internacional da Mulher - “Nas ruas as pessoas ficavam sempre me olhando e achando estranho; não é comum ver uma mulher trabalhando com uma câmera de 11 quilos”, afirmou ela.

Em uma profissão predominantemente ocupada por homens, a profissional vem se destacando cada vez mais na área, que nem ela mesma se imaginava trabalhando há poucos anos. Jaqueline era estudante de Pedagogia, mas, segundo ela, não conseguiu se encontrar no curso e sempre buscou algo que a preenchesse.

Sempre aberta a novas experiências, ela já trabalhou em outros setores do Sistema Correio de Comunicação, como na área de transportes, recursos humanos, redação televisiva, marketing e mídias digitais, onde se encantou pela fotografia, uma vez que registrava momentos dos bastidores dos programas.

Por trás das câmeras, as idas diárias aos estúdios a fizeram reacender um sonho de criança: trabalhar na televisão. Durante os registros fotográficos, Jaqueline sempre encontrava um tempo para fazer várias perguntas aos outros cinegrafistas e observar cada detalhe. “Eu me apaixonei, sou encantada pela TV, seja na frente ou por trás das câmeras; acredito que agora eu me encontrei e gosto muito da área de operações”, disse ela.



Sonho compartilhado


O interesse de Jaqueline pela área das imagens foi percebido rapidamente pelo também cinegrafista Ramos Lucena, que com 20 anos de profissão, sempre teve o desejo de dividir o ambiente de trabalho com mulheres. Ele é um dos responsáveis por incentivar o trabalho de Jaqueline, que há um mês na profissão, surpreende o veterano.

“Quando ela fotografava os programas para as mídias, a gente sempre conversava e ela se interessou muito pela profissão. Eu sempre tive o sonho de colocar mulheres com a gente e um dia a deixei fazer um movimento na câmera, durante o Correio da Tarde. Levei até uma bronca por isso, mas valeu a pena; não imaginava que ela iria pegar tudo tão rápido. Jaqueline dá show”, diz emocionado.

O esforço da cinegrafista fez com que a capacidade dela fosse notada rapidamente pela equipe de operações, que começou a realizar treinamentos com Jaqueline, dentro e fora da TV. “Nas ruas as pessoas ficavam sempre me olhando e achando estranho; não é comum ver uma mulher trabalhando com uma câmera de 11 quilos”, afirmou ela.

Jaqueline é a mais nova cinegrafista contratada pela TV Correio HD e tem a admiração dos profissionais que a cercam. O diretor de operações Humberto Lima reconhece o talento feminino. “Atribuo o resultado profissional ao esforço dela. Lembro que em São Paulo só conheci três mulheres cinegrafistas e aqui até agora ela é a única e já começou a se destacar; foi bem rápido e não há diferença entre um homem ou uma mulher na profissão”, disse ele.

Grata por cada ensinamento, a cinegrafista reconhece o empenho dos colegas durante seu processo de treinamento. “Todos são especiais; me dou bem com todos eles, tanto aqui dentro com Ramos Lucena, Ribamar Galdino, Marcos Rodrigues, Mazureik Muniz e Humberto Lima, quanto na externa com Joselito Barbosa; todo mundo sempre me trata bem, me dá apoio, dicas e se sentem orgulhosos em ter uma companhia feminina”, disse ela.

Feliz, Jaqueline se diz realizada com os passos dados na profissão em que se encontrou como a única mulher; sonhadora, ela quer avançar ainda mais, mostrando que o sexo não deve ser uma barreira para os sonhos ou para mercado de trabalho e que capacidade não tem a ver com gênero.

Com o Portal Correio