24 de maio de 2015

ALARMANTE: “Mundo está perdendo a guerra contra o suicídio”.


Na ultima sexta-feira(22) uma jovem estudante de direito de apenas 23 anos tirou sua vida por meio de enforcamento deixando um filho de 4 anos, muitos se perguntaram o que poderia ter levado Daniele Priscila Freitas de Abreu a cometer suicídio.

A jovem morava da Cidade de São João do Rio do peixe interior da Paraíba.

Médico psiquiátrico e professor de uma das maiores universidades do Brasil , USP, explica.

“Estamos perdendo a guerra para o suicídio”. Com essa afirmação alarmante o psiquiatra e professor da USP Mario Francisco Juruena, explica que, embora não haja uma forma de determinar com plena certeza que um indivíduo vá se matar no futuro, os médicos têm, sim, instrumentos para prever as chances que pacientes graves carregam de tirar a própria vida.

A principal chave da prevenção estaria no tratamento dos traumas de infância. Cicatrizes emocionais que os adultos carregam, de feridas abertas quando eram crianças, podem antecipar muitos dos riscos de suicídio — separação materna, estresse, maus tratos, negligência, perdas precoces e abusos seriam, de acordo com o psiquiatra, alguns dos principais fatores.

Desta maneira, o papel do médico é monitorar o histórico do paciente, dando atenção a traumas severos em qualquer idade, mas mais especificamente na primeira infância e na vida intrauterina.

Isso porque, como conta o psiquiatra, quanto mais precoce o trauma, maior ele será, já que o sistema nervoso de uma criança não está preparado para a agressão, apenas para a afetividade.

— São situações que vão desencadear transtornos afetivos, dependência de substâncias e também o suicídio. Temos que investigar tudo isso a fundo. Nossos índices de suicídio no mundo hoje em dia são iguais aos dos anos 60. Evoluímos no tratamento da aids, do câncer, mas do suicídio, não. Não estamos diagnosticando e prevendo direito nossos pacientes.

Outros fatores de risco, que aumentam as chances de um suicídio no futuro, são o histórico familiar — indivíduos com parentes que tiraram a própria vida correm mais risco de se matar do que outros que não têm registros similares na família — e o sexo do paciente.

De acordo com Juruena, mulheres são muito mais sensíveis ao estresse desde pequenas.

— O trauma e o estresse crônico vão se sobrepor onde houver a vulnerabilidade.

O psiquiatra evita falar em determinismo, recomendando apenas mais prevenção e diagnósticos mais certeiros.

— O suicídio é previsível, sim, e várias mortes já poderiam ter sido evitadas.


Da redação com o r7