10 de junho de 2015

Jornalista é esfaqueada porque só tinha R$ 30 reais para dar no assalto.





Revolta. Esse é o sentimento da jornalista Luiza Derzie, de 28 anos, em relação ao assalto que sofreu na noite desta terça-feira, em Campinho, na Zona Oeste do Rio. Abordada por dois homens numa moto, ela entregou os R$ 30 que tinha no bolso. Mas um dos bandidos ficou insatisfeito com a quantia, considerada por ele muito baixa. O rapaz, então, investiu contra a jovem com uma faca. Luiza teve o reflexo de erguer o braço esquerdo para se proteger do golpe, que a atingiria no peito. E somente por isso saiu do episódio com um corte profundo, no qual levou cinco pontos, mas sem consequências mais graves.

- É completamente revoltante isso. Meu direito de ir e vir não existe. Fico sem saber o que é pior: sair com ou sem dinheiro. Não reagi, entreguei o que foi pedido e acabei machucada assim. E tenho que agradecer a Deus por ter tido o reflexo de levantar o braço. Se não fosse por isso, poderia estar internada em estado grave ou até mesmo ter perdido a vida - desabafou Luiza.

Ela foi abordada logo após deixar o trabalho. Cautelosa, olhou para os dois lados da Rua Pinto Téles. Como não viu ninguém, seguiu e caminhou em direção ao ponto de ônibus.

- Não sei de onde surgiu a moto com os dois. Quando vi o carona tinha descido e me rendeu. Eu não tinha dinheiro. Estava apenas com os R$ 30 no bolso. Entreguei na hora. Mas como estava com pouco dinheiro, ele ficou com raiva e me atacou - contou a jovem, que foi abordada a poucos metros da 28ª DP (Campinho).

Antes de fugir, Luiza ainda ouviu uma ameaça do bandido:

- Ele falou: “Não vai à delegacia porque do morro estou te vendo”. Quer dizer, o cara me machuca e ainda me diz para não fazer nada? De jeito algum.

Na manhã desta quarta, a jornalista foi à 28ª DP para fazer o registro de ocorrência do assalto. Ela disse que é a maneira de não se calar diante de tanta violência.

- Tanta gente tem passado por situação de assalto. Qualquer um anda com uma faca agora e faz essas barbaridades. Decidi dar queixa para ficar registrado o que aconteceu comigo - afirmou.

Quanto à rotina no futuro, Luiza decidiu não alterá-la:

- Vou continuar com a mesma rotina. Passei por um susto. Mas não vou deixar isso me impedir de viver normalmente. A gente vive numa cidade em que a violência se tornou comum, infelizmente.

Jornal Extra