30 de novembro de 2015

Audiência pública promovida pela Comissão de Desenvolvimento da ALPB debate mudanças climáticas e os desafios para os próximos anos.


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A Assembleia Legislativa da Paraíba vivenciou uma movimentação atípica para uma segunda-feira pela manhã. A realização de uma audiência pública, promovida pela Comissão de Desenvolvimento, Turismo e Meio Ambiente, hoje (30), debateu as mudanças climáticas e os desafios para os próximos anos e levou muitas autoridades ao plenário Deputado José Mariz, para debater o tema e buscar soluções não apenas para o enfretamento da seca, mas, sobretudo, na busca de soluções, entre elas, o aproveitamento da energia solar disponível em abundância no Nordeste e de outras fontes de energia renovável. “Tivemos um debate de alto nível, com autoridades que conhecessem o assunto e que vieram não apenas expor seu ponto de vista, mas trazer sua contribuição e sugestão para o enfrentamento dos problemas que atingem a região e estou muito feliz com o resultado. Foram quatro horas de debate bastante produtivos”, disse o deputado Jeová Campos que retomou suas atividades parlamentares com a realização da audiência.

Uma destas contribuições, veio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte- IFRN, através da exposição do Diretor Acadêmico de Indústrias, Augusto César Fialho. Ele apresentou um projeto pioneiro desenvolvido pela instituição de aproveitamento da energia solar fotovoltaica, implantado desde dezembro de 2013, na reitoria da instituição e, posteriormente, em sete, dos 21 campus da IFRN. As oito unidades tem uma potência instalada de 900 kW. “Somente na reitoria, contabilizamos uma economia média de 29 a 30%/mês de energia graças ao projeto”, afirmou ele, se colocando à disposição para maiores esclarecimentos sobre o projeto que tem viabilidade técnica para ser implantado na Paraíba e em outras localidades do NE.

O Superintendente da SUDENE, João Paulo Cunha, o diretor do IFRN, Augusto César Fialho, a meteorologista, Marly Bandeira, o presidente da Cagepa, Marcos Vinicius, o arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto, os deputados federais, Rômulo Gouveia e Wilson Filho, o diretor da Energisa, André Teobaldo, foram algumas das autoridades que participaram da audiência que foi presidida pelo deputado Ricardo Barbosa e secretariada por Jeová Campos. O superintendente da Sudema, João Vicente Machado, o deputado Renato Gadelha, o estudioso César Nóbrega, o professor da UFPB, Bartolomeu Sousa, o secretário de Agricultura Familiar, Lenildo Morais, João Fernandes, da AESA, o pesquisador da Embrapa, Fábio Albuquerque e o representante do Ministério da Agricultura, Hermes Ferreira Barbosa, também contribuíram com o debate, que contou ainda com a presença do secretário de Educação da Paraíba, Aléssio Trindade. 


A bancada federal da Paraíba foi representada na audiência pública pelos deputados federais Rômulo Gouveia e Wilson Filho. Ambos elogiaram a iniciativa da Casa de Epitácio Pessoa em realizar o debate. “Quero parabenizar a ALPB pela propositura e reiterar que na Câmara Federal, eu também estou provocando esse debate com a proposição de audiências,m requerimentos, etc”, destacou Rômulo. O deputado Wilson Filho reforçou a importância do tema e reiterou que a bancada federal paraibana tem frequentemente se voltado para essa temática, inclusive, defendendo a utilização de energia renovável, com aproveitamento do potencial local. “O mundo já acordou para o problema da energia. O Brasil também acordou, porém, um pouco mais tarde. O Nordeste caminha lento e apesar do enorme potencial de energia solar do sertão paraibano, só temos uma usina, em Coremas. Temos também um potencial enorme de energia eólica e só temos um parque, que fica em Mataraca. O que falta para aproveitarmos o que a natureza nos dá de graça, licença ambiental, instrumental e investimento, junto da vontade política de avançar”, afirmou Wilson Filho.

O superintendente de Desenvolvimento do Nordeste, João Paulo da Silva Lima, parabenizou a ALPB pela coragem política de enfrentar o problema. “Sem água não há vida. Essa é a questão essencial, porque a grande maioria de nossas cidades está a beira de um colapso e a transposição vai minimizar a questão, mas não vai resolver todo o problema”, disse João Paulo. Para o superintendente da SUDENE, a mobilização tem que envolver todos os estados do NE. “Todos devem apresentar projetos. São necessárias ações imediatas e conjuntas e é preciso ter pequenos, médios e grandes projetos de desenvolvimento”, declarou João Paulo, lembrando que o órgão está na iminência de devolver ao Governo Federal R$ 1,2 bilhão por falta de projetos.

A meteorologista da AESA, Marly Bandeira, fez relatos das condições do clima e do tempo entre 1994 e 2015, explicou o fenômeno El Nino e sua repercussão no clima da região e lembrou que a convivência com a seca é uma questão natural no Nordeste. Segundo ela, as chuvas do Sertão e Curimataú acontecem entre fevereiro e maio, e as do Agreste, Brejo e Litoral, entre os meses de abril a junho. “Fora deste período, temos precipitações isoladas”, afirmou a meteorologista que disse que só a partir de dezembro, será possível ter uma definição de como vai se comportar o clima em função das condições do El Nino.

O deputado Jeová Campos lembrou a importância de estar voltando aos suas atividades legislativas, após 120 dias de licença médica, fomentando um debate tão importante, que interessa a todos e que tem várias nuances. “Debatemos a questão do clima, da matriz energética, da produção de alimentos, de projetos estruturantes, e com uma representatividade eclética de entidades, o que nos permitiu sair daqui com ideias para o enfrentamento dos desafios que se colocam. Agora, vamos aprofundar essas questões com as autoridades competentes e tentar viabilizá-las”, finalizou o parlamentar.

No final da audiência o público pôde fazer questionamentos às autoridades presentes. Dom Aldo, a convite de Jeová, fez o encerramento do evento com uma saudação religiosa, por volta das 13h.