6 de janeiro de 2016

Paraíba acionará Justiça para garantir abastecimento de gasolina.


O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), revelou hoje ter autorizado o procurador geral do Estado, Gilberto Carneiro, a dar entrada em uma ação na Justiça Federal contra a possibilidade de retirada da tancagem da Petrobras no Porto de Cabedelo. A medida foi anunciada em meio a uma crise que tem causado a falta de gasolina e até de etanol em muitos postos da capital e do interior. Em João Pessoa, o litro da gasolina passou de R$ 3,31 para o máximo de R$ 4,15.

Ricardo, contudo, informou que mantém contatos diretos com representantes da Petrobras e também com o ministro Jacques Wagner, Chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, para tentar resolver o problema através do diálogo: "Eu disse ao ministro que a Petrobras alimenta uma ideia de aumentar seu lucro à custa da transferência das operações para o Porto de Suape, mas que esse lucro seria ínfimo em meio ao patrimônio da empresa e causaria um dano muito grande ao Estado da Paraíba e também a parte do Rio Grande do Norte e do Ceará. Disse também que é inaceitável que a Petrobras erre desta forma", declarou o governador.

Ao contrário do que chegou a noticiar o site Congresso em Foco, o chefe do executivo estadual negou que tenha ameaçado romper politicamente com a presidente Dilma Rousseff (PT) por causa da crise que ameaça o Estado: "Não ameacei romper. Seria intempestivo e irresponsável culpar a presidente pelo que ela sequer sabia. Ela foi informada deste problema por mim. Mas eu alertei que isso é um fogo amigo e que a Petrobras não pode pensar simplesmente como uma empresa, uma vez que o povo de um Estado inteiro seria prejudicado".

Ricardo acrescentou que a capacidade do Porto de Cabedelo tem sido subutilizada pela Petrobras. Das 68 mil toneladas possíveis de serem armazenadas, apenas 30 estariam sendo estocadas pela empresa: "É uma defasagem inaceitável. O assunto será tratado hoje pela vice-governadora Lígia Feliciano pela diretora da Companhia Docas, Gilmara Temóteo, e teremos outra reunião na Petrobras em fevereiro. Não pensem que o Estado é causador desse problema. O Estado está sendo prejudicado, inclusive na arrecadação, já que 14% do ICMS da Paraíba vem dos combustíveis".

Assessoria