21 de outubro de 2016

François Patrick confessa ter matado família: "Senti um ódio incontrolável"

François Patrick confessa ter matado família:
O jornal espanhol ABC. ES confirmou nesta sexta-feira (21) que Patrick Nogueira confessou à Guarda Civil ser o autor do assassinato da família paraibana na Espanha. Confira a matéria no site espanhol clicando aqui

O jovem não ofereceu muitos detalhes, enquanto se aguarda a declaração, que é esperada para esta tarde, perante o titular do Tribunal de Instrução nº 1 de Guadalajara. A promotoria pediu a prisão preventiva Nogueira para o duplo homicídio com a agravante dos dois filhos menores que foram encontrados em sacos de lixo em uma casa no município.


Outro jornal que repercutiu a informação foi o El País clique aqui e confira.


A única pessoa que sabia que ele ia para confessar o assassinato de quatro membros de sua família era a irmã Hanna Gouveia Nogueira, advogada, a mesma que pagou a passagem de volta ao Brasil onde chegou dia 22 de setembro, dois dias depois que a Guarda Civil achou os corpos decapitados e desmembrados de seus tios em uma casa de Pioz (Guadalajara).

“Senti um ódio incontrolável, algo me dizia que devia matá-los”, dizem fontes familiares do único suspeito do que entrará para a história como “o crime de Guadalajara”. Aos 20 anos, Patrick é, de acordo com sua própria família, uma pessoa fria, com a capacidade de empatia diminuída. E com essa mesma frieza confessou seu quadruplo crime, sem omitir nenhum detalhe, de acordo com fontes próximas à família, que asseguram que os investigadores o estão interrogando há um dia e meio.

Apesar de nunca ter sido diagnosticado – algo que sua própria irmã afirma que nunca ocorreu –, por trás deste assassinato brutal se esconde “um clássico psicopata”, conforme determinou a Guarda Civil quando deu o caso como resolvido. Ninguém, nem sua própria família, acreditava que ele fosse capaz de fazer isso, apesar de ter agredido brutalmente um professor aos 16 anos. Na verdade, quando sua irmã pagou a passagem de volta após a descoberta dos corpos, foi “porque pensou que ele poderia ser o próximo a ser morto”.

Nogueira chegou na quinta-feira, às 17h nas instalações da sede da Guarda Civil em Guadalajara, onde ele foi vaiado por duas pessoas que tinham dupla nacionalidade brasileira e espanhola, que chegou a gritar que ele teve a sorte de estar em Espanha, porque no Brasil eu estaria morto. Sua mãe e irmã mais próximo, avó e tias Patrick respectivamente, não sabiam que o suposto assassino de seus tios e primos iria voar para Madrid para se entregar a Guarda Civil.

Em oito meses, Patrick Nogueira, de 19 anos, menino mimado e narcisista, com uma boa opinião de si mesmo e antecedentes de esfaquear o professor. Ele viajou para Madrid duas vezes: primeiro a realizar seu sonho de futebol; a segunda para enfrentar testes de sua crueldade e punição. Sabia ele e sua família que a pena será mais branda em qualquer prisão espanhola que no Brasil. E isso teve um peso fundamental.

A Guarda Civil não revelou seus argumentos convincentes, apresentada em primeira pessoa e, em seguida por telefone a Jana Nogueira, irmã do suposto assassino. Ela, advogada e dentista, embarcou em um avião em 10 de Outubro com um advogado brasileiro e ficou em Madrid para saber o que tinha contra seu irmão rebelde mais novo, que proclamou-se inocente apesar das acusações que arejam a imprensa. Jana e o advogado voltaram tarde para casa na semana passada.

Eles disseram que Patrick tinha DNA na cena do crime; como o telefone estava em Pioz para as horas em que o massacre foi cometido, como o seu passe de viagem tinha verificado a viagem de ônibus, essas pegadas encontradas (incluindo uma faca). Um dos agentes da UCO continuou chamando o celular, levando as suas razões para o menino a se render ao invés de enfrentar um processo no Brasil com todas as desvantagens de durante e depois.

Na quarta-feira,a operação foi consumada, atípica, mas bem sucedida. Patrick viajou em um avião comercial de passageiros. Ele não revelou se admitiu os fatos aos investigadores que gastarão cerca de 48 horas até chegar ao juiz de instrução. É surpreendente que, após o envolvimento de sua família, lhe assista um advogado de ofício, mas parece que eles estão procurando alguém para confiar e com prestígio em Madrid.

O juiz já concordou com o retorno dos corpos das quatro vítimas que poderiam ser incinerados na próxima semana. Se a defesa não se opor, é claro. Não está excluído que eles possam solicitar uma nova autópsia.


Redação com ABC.es e El País