24 de agosto de 2015

Presidenta assegura complementação de obra da transposição que vai garantir a chegada das águas a Cajazeiras e cidades do RN.









O documento assinado por deputados estaduais da Paraíba e do Rio Grande do Norte e que foi encaminhado, de forma conjunta, pelas assembleias dos dois estados ao Ministério da Integração Nacional, foi entregue a presidente Dilma Rousseff, na última sexta-feira (21), durante a solenidade de inauguração da primeira etapa das obras da transposição do Rio São Francisco, em Cabrobó (PE). Uma das solicitações do documento, que pede a construção urgente de um canal de 6,5 km que interligará a barragem de Caiçara ao açude de Engenheiro Ávidos, em Cajazeiras, foi prontamente atendida pela presidente que, na ocasião, autorizou o ministro Gilberto Occhi a encaminhar os trâmites para execução da obra.

O documento foi entregue a presidenta por parlamentares do RN, entre os quais estava o presidente da Frente Parlamentar da Água, Galeno Torquato, que junto com o deputado paraibano, Jeová Campos, articulou uma comitiva dos dois parlamentos que visitou as obras da transposição no sertão paraibano, no dia 17 de julho último. “Naquela ocasião, após a visita, elaboramos esse documento conjunto solicitando ao Governo Federal algumas ações importantes, entre as quais se destaca essa obra complementar sem a qual as águas da transposição não chegariam a Cajazeiras, nem a cidades do Rio Grande do Norte”, explica Jeová.

Para o deputado paraibano, que está licenciado em função de uma cirurgia recente, o aceno da presidenta traz um alívio para os paraibanos, especialmente, os que moram em Cajazeiras, e os habitantes de cidades do Rio Grande do Norte que não teriam a água da transposição caso esse canal não fosse feito. “Não sabemos por que o projeto inicial da transposição não contemplou essa obra, que é imprescindível para o escoamento das águas, mas a atitude da presidenta Dilma vai corrigir esse erro e garantir que a água chegue a Cajazeiras e outras cidades do RN”, comemora Jeová. Ele lembra que o mesmo documento sugere a contratação da atual construtora que opera na área, com o propósito de agilizar os trâmites para o início das intervenções que ainda inclui a limpeza do riacho conhecido como Pe. Levi.

Ainda segundo Jeová, a união de forças políticas dos estados do Nordeste, que têm a mesma posição em relação à água, ganhou ainda mais consistência com essa atitude da presidenta. “Essa conquista é fruto da união e do trabalho dos parlamentos da PB e do RN e uma demonstração clara de que unidos somos mais fortes. Precisamos continuar com essa articulação e ampliá-la para as assembleias de PE e do CE”, finaliza o parlamentar.

Sobre o projeto da transposição

O projeto, iniciado em 2007, é a redenção hídrica de pessoas que vivem no Nordeste e, anualmente, enfrentam a falta d’água na estiagem, mesmo quando não há seca grave. A transposição sangrará o Rio São Francisco em apenas 1% do volume de água que é despejado inutilmente no mar. Serão beneficiados os estados do Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba, nos quais se concentra o polígono das secas, e um total de 390 municípios onde vivem 12 milhões de habitantes. A transposição das águas acontecerá através de dois grandes eixos, representados por 402 km de canais cortados em terreno acidentado. 

O eixo Norte, com 402 km, sai de Cabrobó, em Pernambuco, rumo aos estados da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. O eixo Leste tem 220 km de extensão e vai da usina de Itaparica (BA) até o rio Paraíba do Norte, na Paraíba. E ainda haverá um canal de 70 km, ligando Cabrobó ao Rio Ipojuca, no agreste pernambucano. Ao longo dos canais existirão, quando a obra estiver totalmente pronta, 30 represas que guardarão água para períodos de estiagem ou para abastecerem os canais mesmo quando as estações bombeadoras estiverem desligadas, economizando energia. Serão nove estações de bombeamento, três no eixo Norte e seis no eixo Leste, que darão impulso às águas nas regiões de maior aclive.

assessoria