Até janeiro do próximo ano, cerca de 7 mil médicos, a maioria cubanos, perderão o direito de atender pacientes através do Programa Mais Médicos. Isto porque, os contratos destes profissionais, que estão no Brasil atendendo populações carentes no interior do país, não foram renovados pelo Governo Federal e, com isso, eles deverão voltar ao país de origem na medida em que seus contratos forem encerrados. Nesta segunda-feira (07), 47 profissionais já deixaram a Paraíba nestas circunstâncias.
“Essa situação é lamentável porque vai comprometer seriamente o atendimento de comunidades carentes, onde o acesso é difícil e onde raramente um médico brasileiro se dispõe a trabalhar. A não renovação dos contratos por parte do Ministério da Saúde é mais uma demonstração do descaso do atual governo com as pessoas menos favorecidas, com os pobres e mais humildes que dependem, exclusivamente, da assistência gratuita para ter o mínimo de atendimento em saúde. Lamento muito esse descaso que vai causar sérios prejuízos à população mais carente, principalmente, no Nordeste”, disse o deputado estadual Jeová Campos (PSB).
Para o parlamentar, só mesmo um governo sem o mínimo de compromisso com a área social poderia tomar uma atitude dessa. “Só um governo antipopular poderia banir do Brasil um programa dedicado, essencialmente, a atender brasileiros nunca antes assistidos ou alcançados pelo Estado nos rincões mais remotos do país”, afirma Jeová, lembrando que o Programa atuava em 4.058 cidades, compreendendo 73% dos municípios brasileiros, e ainda em 34 distritos dedicados às comunidades indígenas, que eram atendidas por 300 médicos do Programa.
Segundo o deputado, pesquisas realizadas com os beneficiários do Programa, comprovam que a qualidade da atenção à saúde melhorou após a chegada dos profissionais do Mais Médicos e que mais de 11%, dos quase 25 milhões de brasileiros atendidos pelo programa Farmácia Popular, entre 2013 e 2015, tinham receitas médicas firmadas por profissionais do Mais Médico. “Dessa multidão, mais de um milhão de brasileiros receberam medicamentos pela primeira vez. Prova de que o atendimento e o acompanhamento dos pacientes ampliou o acesso à saúde”, disse Jeová, referindo-se a um discurso do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que responsabilizou o presidente Michel Temer e o ministro Ricardo Barros por mortes eventualmente causadas pelo fim do Programa Mais Médicos.
Em seu discurso, recorda o deputado, Randolfe lembrou ainda que, graças ao Mais Médicos, ‘63 milhões de brasileiros, os mais pobres e os mais desamparados, enfurnados nos cantos mais remotos do País, tiveram pela primeira vez um atendimento médico constante’. “Como bem disse o senador, ao acabar com esse Programa e ainda reduzir os investimentos em Saúde Pública, através da PEC 241, o governo Temer mostra sua face mais cruel e um completo descaso com os brasileiros mais pobres que é quem vai sofrer com a falta de assistência. A classe política não pode aceitar isso e ficar calada. A sociedade não pode ficar inerte a tantos desmandos”, finaliza Jeová.
Assessoria