Se você já teve dengue na vida, além de temer por um segundo contágio da doença (a dengue hemorrágica, que pode ser muito mais perigosa), você também deve temer o vírus da zika. Isso porque uma nova pesquisa americana mostrou que os anticorpos de quem já pegou dengue podem, na verdade, facilitar o contágio da zika dentro do nosso organismo.
Dengue, zika e o vírus do oeste do Nilo (comum na África e em regiões dos EUA) são doenças aparentadas: dividem cerca de 60% de sua informação genética. Todas fazem parte dos flavivírus. Quando uma pessoa é contaminada por um desses males, seu corpo desenvolve anticorpos que, na teoria, previnem que ela pegue a doença de novo. Mas, no caso da dengue, por exemplo, há quatro versões do vírus que causam a doença. Se, na segunda contaminação de dengue, uma pessoa tiver o azar de pegar uma variante de vírus diferente da primeira vez, os anticorpos em seu corpo ajudam o mal a se espalhar pelas células – em vez de impedi-lo. Por isso que é perigoso pegar dengue mais de uma vez, a versão hemorrágica.
A nova descoberta agora mostra que um princípio parecido acontece entre dengue e zika. O corpo armazena a resposta que usou para combater à dengue – e usa esses anticorpos para facilitar o vírus da zika a se espalhar. Isso é um péssimo sinal, já que o Brasil é foco das duas doenças.
O experimento foi feito com ratos injetados com plasma sanguíneo. Um grupo de ratos recebeu plasma que não havia tido contato com nenhum flavivírus; outro, com plasma contaminado por dengue; eo terceito grupo recebeu plasma do vírus do oeste do Nilo. Quando os ratos erm injetados om o plasma virgem e depois expostos a zika, a maior parte deles sobrevivia. Quando os ratos recebiam plasma com vírus do oeste do Nilo e depois pegavam zika, metade sobrevivia. E quando era o caso do plasma com dengue seguido de zika, a maior parte das cobaias morreu.
É melhor caprichar no repelente daqui para frente mesmo.