Se antes era probabilidade, agora é realidade: os que andavam juntos na política cajazeirense agora estão em lados opostos.
Não estou me referindo ao prefeito José Aldemir (PP) e a ex-prefeita Denise Oliveira(PSB), porque esse rompimento já é pretérito. Refiro-me ao ex-prefeito Carlos Antônio (DEM), esposo de Denise, e ao deputado Jeová Campos (PSB).
O ‘mago’ e o ‘rei do alho’ agora estão definitivamente em campos opostos na política local. Isso porque o ex-prefeito democrata anunciou que vota e apoia a pré-candidatura, que ele dá como certa, do advogado Júnior Araújo (PTB) à deputação estadual, cargo para o qual Jeová Campos é candidato a reeleição.
A verdade é que há tempos Carlos e Jeová não se bicavam politicamente. Como se diz no jargão popular, um e outro se engoliam, se suportavam, se admitiam, conviviam sabe-se lá como, mas conviviam… . Agora não mais!
Não mais porque os interesses de ambos se conflitam o que gera o racha definitivo no grupo. Racha que traz consequências já para o momento presente e as eleições 2018, mas também para as eleições municipais de 2020, não se enganem!
Consequências já porque, a precisar de algum auxílio ou apoio político para votação na Câmara Municipal de Cajazeiras, Carlos Antônio e/ou Denise podem tirar o cavalinho da chuva: não terão. Se muito, entre os 15 vereadores, o casal contará com 2 ou 3 votos, no máximo.
Consequências em 2018 porque o enfraquecimento do grupo, com esse racha, fortalece a candidatura Paula Meirelles (PP) à ALPB, ao mesmo tempo em que aumenta a pulverização de votos para deputado federal, hoje em número de cinco: Vituriano, Aguinaldo Ribeiro, Denise, Gervasinho e Deca.
Consequências em 2020 porque fracionado agora o grupo chegará nas eleições municipais em frangalhos para enfrentar um José Aldemir provavelmente fortalecido por uma Paula Meirelles deputada e ainda com as rédeas da municipalidade em suas mãos.
Trocando em miúdos, a partir de agora no antes “unido” grupo de Carlos Antônio/Denise e Jeová é salve-se quem puder!
S O L T A S
. Com o anúncio de apoio à pré-candidatura Jr Araújo por parte de Carlos Antônio, o que se está a perguntar é: Júnior subirá no palanque de Ricardo Coutinho para apoiar João Azevedo?
. A pergunta faz sentido porque, na eleição de 2014, Júnior era o ‘comandante’ da candidatura de Cássio Cunha Lima (PSDB) ao Governo do Estado!
. A propósito, nos meios políticos o que se comenta é que Júnior paga até hoje uma conta que na verdade não é bem sua. Como assim? O que se diz é que Júnior na verdade votou e apoio Cássio a pedido de Carlos Antônio para que ‘seu esquema’ ficasse com um pé lá e outro cá. Ganhasse quem ganhasse, ele teria um “pé dentro!”
. A tática, aliás, pode voltar a se repetir agora nas próximas eleições: Denise e Carlos no palanque do governador e o candidato a deputado estadual por eles apoiado no palanque da oposição. Quem duvida?
. Com a popularidade de Temer hoje, deputado que lhe der apoio certamente terá sérios problemas eleitorais ano que vem! Depois não digam que não foram avisados.
Fernando Caldeira