8 de junho de 2019

Advogada de Neymar no caso de estupro é expulsa de entidade feminista


A advogada Maíra Costa Fernandes foi convidada pelo escritório Davi Tangerino e Salo de Carvalho para ser a defensora de Neymar no caso de estupro – o jogador é acusado pela modelo Najila Trindade de agressão e violência sexual no último mês de maio.

Maíra é conhecida no meio jurídico por ser engajada nos direitos das mulheres e da causa feminista. Até por isso, ela usou sua conta no Facebook para explicar o motivo de ajudar Neymar no caso, mesmo com o contraste do seu histórico.

“Fui procurada para defender o jogador Neymar Jr, por dois advogados que muito admiro e que sempre foram muito próximos da causa feminista, Davi Tangerino e Salo de Carvalho. Pedi para analisar os autos e me convenci, absolutamente, de que se trata de uma falsa acusação de estupro “, disse a advogada.

“De modo geral, a advocacia criminal prescinde desse tipo de análise, por amor ao direito de defesa. Mas, no meu caso, pela minha trajetória como feminista, na defesa dos direitos das mulheres, essa análise era importante. O que vi me deixou em tudo confortável para exercer a defesa do cliente, por compreender que uma acusação criminal injusta destrói a vida de uma pessoa e por entender que uma falsa acusação de estupro não ajuda a causa feminista”, continou.

“Uma mulher é estuprada a cada 11 minutos no país. Um registro falso de estupro não contribui em nada para diminuir ou combater esse crime. Espero poder, ao lado dos demais colegas, contribuir para provar a inocência de um rapaz que, famoso ou não, não cometeu o crime imputado a ele”, disse Maíra, que finalizou o texto.

“A minha trajetória como feminista, ativista de direitos humanos e advogada criminal é longa e conhecida. Sempre me pautei pela defesa da verdade e sempre fui fiel a valores e preceitos éticos, tanto em minha militância, quanto em minha atuação profissional. Nesse episódio, me mantenho reta nessa direção e estou tranquila por defender a justiça e a verdade”.

Diante disso, o Comitê Latino Americano de Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM), entidade da qual Maíra Fernandes fazia parte, decidiu expulsar a advogada do seu quadro.