Uma em cada três advogadas (33%) já foi vítima de assédio sexual, enquanto uma em cada duas (50%) já sofreu assédio moral, pelos dados da pesquisa realizada pela International Bar Associaton, que ouviu 7.000 profissionais do Direito em 135 países. Nesta quinta-feira, Dia Internacional da Igualdade da Mulher, o advogado Raoni Vita, candidato a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraíba, falou da desigualdade de gênero existente no meio jurídico e apresentou propostas voltadas para a mulher advogada.
Disse ele: “O assédio contra a mulher advogada existe, é um problema muito sério e não pode ser jogado para debaixo do tapete. Como presidente da OAB, vou implantar um programa de enfrentamento desse tema, criando mecanismos para coibir e prevenir práticas que possam caracterizar assédios moral e sexual, estabelecendo diretrizes contra a conduta assediadora por meio de cartilhas com orientações e normativos sobre a apuração das denúncias”. Raoni destacou que apenas 20% das advogadas são sócias de grandes escritórios e afirmou que é preciso quebrar essa barreira. “Nós vamos promover parceria para financiamento com linha de crédito diferenciada aos escritórios que tenham em seu quadro principal advogadas”, salientou, acrescentando que outra proposta é desenvolver projetos de inclusão das advogadas iniciantes no mercado de trabalho, através de parcerias com escritórios de advocacia, com descontos nas taxas societárias e em cursos da Escola Superior de Advocacia.
Pesquisa realizada pela agência de empregos Catho constatou que os homens ganham 35,27% a mais que as mulheres no meio jurídico. “Esse dado ainda assusta muito, mas é um problema que também precisa ser enfrentado. É proposta nossa auxiliar na capacitação profissional das advogadas por meio de cursos contínuos específicos para mulheres com direcionamento para inserção no mercado de trabalho e nos novos ramos do Direito”, explicou o jurista. Para as advogadas que são mães, Raoni defende a criação de escritório modelo com sala de recreação para os filhos até dois anos; implementar o Plano de Valorização da Mulher Advogada com benefícios aos escritórios que oferecem a possibilidade de trabalhar em casa por até dois anos para as mulheres que forem mães, e a proposta de desconto total da anuidade para mulheres que adotem filhos.
Fonte: Os guedes